Iconografia Franciscana e Alegoria Barroca nas Capitanias do Norte da América Portuguesa (Século XVIII).
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Oliveira, Carla Mary S.Palabras clave
Iconografia FranciscanaAmérica Portuguesa
Século XVIII
Capitanias do Norte
Alegoria
Cultura Histórica
Publication date
2019Abstract
É possível abordar a iconografi a franciscana nas Capitanias do Norte da
América portuguesa sob o prisma dos valores simbólicos da cultura em que
ela está ancorada e à qual seus artistas pertenciam: não se pode compreendê-la
apenas pelo viés estético, já que surgiu totalmente imbricada ao contexto vivido
não só pelos artífi ces que a produziram no chamado longo século XVIII, mas
também por seus encomendantes e por seu público. A imagem é polissêmica
e traz ao observador um determinado discurso permitindo, por entre a névoa
que recobre seu passado, o vislumbre daquilo que seu autor ou o contratante
queriam ou não registrar. Nesse sentido, as imagens e monumentos franciscanos,
como qualquer documento histórico, trazem informações fi ltradas por seus
produtores, no caso utilizando uma linguagem visual simbólica e também
alegórica, típica do Barroco. A escolha de personagens postos a decorar forros,
painéis e outras pinturas dos conventos fazia parte de uma cultura históric ...
É possível abordar a iconografi a franciscana nas Capitanias do Norte da
América portuguesa sob o prisma dos valores simbólicos da cultura em que
ela está ancorada e à qual seus artistas pertenciam: não se pode compreendê-la
apenas pelo viés estético, já que surgiu totalmente imbricada ao contexto vivido
não só pelos artífi ces que a produziram no chamado longo século XVIII, mas
também por seus encomendantes e por seu público. A imagem é polissêmica
e traz ao observador um determinado discurso permitindo, por entre a névoa
que recobre seu passado, o vislumbre daquilo que seu autor ou o contratante
queriam ou não registrar. Nesse sentido, as imagens e monumentos franciscanos,
como qualquer documento histórico, trazem informações fi ltradas por seus
produtores, no caso utilizando uma linguagem visual simbólica e também
alegórica, típica do Barroco. A escolha de personagens postos a decorar forros,
painéis e outras pinturas dos conventos fazia parte de uma cultura histórica e
teleológica praticada pelos frades e utilizava-se de matrizes externas ao Novo
Mundo para engendrar as representações e inculcá-las, como um catecismo
visual, aos gentios, fi éis em geral e aos membros da própria ordem. Este capítulo
discute a relação centro/ periferia na produção artística franciscana do litoral
entre o Recôncavo baiano e a Paraíba no século XVIII, incluindo a cultura
histórica envolvida em sua elaboração.
Es posible acercarse a la iconografía franciscana en las Capitanías del Norte de la
América portuguesa desde la perspectiva de los valores simbólicos de la cultura
en la que está anclada y a la que pertenecían sus artistas: no puede entenderse
el tema solo por el sesgo estético, ya que surgió en un contexto vivido no
solo por los artesanos que lo produjeron en el llamado largo siglo XVIII, sino
también por sus comisionados y su público. La imagen es polisémica y brinda
al observador cierto discurso que permite, a través de la niebla que cubre su
pasado, vislumbrar lo que su autor o el contratista querían o no registrar. En este
sentido, las imágenes y monumentos franciscanos, como cualquier documento
histórico, traen información fi ltrada por sus productores, en este caso utilizando
un lenguaje visual simbólico y también alegórico, típico del barroco. La elección
de personajes para decorar techos, paneles y otras pinturas de los conventos era
parte de una cultura histór ...
Es posible acercarse a la iconografía franciscana en las Capitanías del Norte de la
América portuguesa desde la perspectiva de los valores simbólicos de la cultura
en la que está anclada y a la que pertenecían sus artistas: no puede entenderse
el tema solo por el sesgo estético, ya que surgió en un contexto vivido no
solo por los artesanos que lo produjeron en el llamado largo siglo XVIII, sino
también por sus comisionados y su público. La imagen es polisémica y brinda
al observador cierto discurso que permite, a través de la niebla que cubre su
pasado, vislumbrar lo que su autor o el contratista querían o no registrar. En este
sentido, las imágenes y monumentos franciscanos, como cualquier documento
histórico, traen información fi ltrada por sus productores, en este caso utilizando
un lenguaje visual simbólico y también alegórico, típico del barroco. La elección
de personajes para decorar techos, paneles y otras pinturas de los conventos era
parte de una cultura histórica y teleológica practicada por los frailes y utilizada
fuera de las matrices del Nuevo Mundo para engendrar representaciones e
inculcarlas, como un catecismo visual, a los gentiles, fi eles en general y a los
miembros de su propio orden. Este capítulo discute la relación centro / periferia
en la producción artística franciscana de la costa entre el Recôncavo de Bahía
y Paraíba en el siglo XVIII, incluida la cultura histórica involucrada en su
elaboración.
It is possible to approach Franciscan iconography in the North Captaincies
of Portuguese America starting from the point of view of cultural symbolic
values in which it is anchored and to which its artists belonged. Th is universe
couldn¿t be only understood through Aesthetics, but also by the context where
lived the craft smen who produced it in the so-called long 18th century, but also
by its commissioners and their public. Th e image is polysemic and brings to
the observer a certain discourse allowing, through the fog that covers its past,
the glimpse of what its author or the contractor wanted or not to register. In
this sense, Franciscan images and monuments, like any historical document,
bring information fi ltered by their producers, in this case using a symbolic and
also allegorical visual language, typical of the Baroque. Th e choice of characters
to decorate ceilings, panels and other paintings of the convents was part of a
historical and teleological culture ...
It is possible to approach Franciscan iconography in the North Captaincies
of Portuguese America starting from the point of view of cultural symbolic
values in which it is anchored and to which its artists belonged. Th is universe
couldn¿t be only understood through Aesthetics, but also by the context where
lived the craft smen who produced it in the so-called long 18th century, but also
by its commissioners and their public. Th e image is polysemic and brings to
the observer a certain discourse allowing, through the fog that covers its past,
the glimpse of what its author or the contractor wanted or not to register. In
this sense, Franciscan images and monuments, like any historical document,
bring information fi ltered by their producers, in this case using a symbolic and
also allegorical visual language, typical of the Baroque. Th e choice of characters
to decorate ceilings, panels and other paintings of the convents was part of a
historical and teleological culture practiced by the friars and used outside New
World matrices to engender representations and inculcate them, like a visual
catechism, to the Gentiles, faithful in general and to the members of their own
order. Th is chapter discusses the center / periphery relationship in the Franciscan
artistic production of the coast between the Bahian Recôncavo and Paraíba in
the 18th century, including the historical culture involved in its elaboration.